Quinta-feira, 23/10/2008

A imprensa de Alagoas apresenta grandes problemas quando se trata de transparência, a mesma se ocupa de mostrar fatos que não são mais do que “faz de conta”. Podemos citar, o episódio publicado pelo jornal Extra, que publicou o perdão do Ilustríssimo Governador Teotônio Vilela Filho, ele apenas perdoou 1,5 bilhão de dividas justas dos usineiros alagoanos, pessoas pobres, caridosas e porque não dizer preocupadas com Alagoas, esse perdão foi à única forma de ajudar o seu cunhado o ilustre senador João Tenório. Se compararmos com os R$ 250,000 que resolveria o problema da UNEAL, entendemos o que é prioridade para o governador, pois o mesmo alega que o estado não pode gastar este dinheiro com a universidade, no entanto para perdoar divida de usineiro pode. E a imprensa onde está que não denuncia?

Existem outros fatos que podemos observar: a casa Tavares Bastos nunca foi tão citada há algum tempo, hoje a coisa mais difícil é encontrar lá um cidadão de bem, honesto, ou você já esqueceu o roubo de mais de 300 milhões de reais? É mais a imprensa alagoana encobre os ilustres parlamentares, “homens de bem” que venceram as eleições unicamente pela vontade do povo. E sabe por que a imprensa nacional não se refere a este fato? Porque um grande banco está envolvido nos desvios e coincidentemente é um dos maiores patrocinadores da imprensa nacional.

Imprensa transparente? Como me disse um grande jornalista Santanense “Só em marte”.

Mas porque não mostrar a realidade? Pagamos muito caro para termos as informações necessárias.

Alagoas está longe de se livrar do título de Estado mais corrupto do Brasil, isso se deve em parte a imprensa, pois a mesma é conivente, não mostra a realidade às pessoas que podem mudar esse título, sabe quem são essas pessoas? Somos nós! Sociedade alagoana, não espere vir gente de fora não. E a imprensa não divulga porque os grandes meios de comunicação do Estado pertencem a dois ou três grupos políticos, de deputados, prefeitos e senadores que se revezam no poder e este é o meio que encontraram para manipular as informações. Os jornalistas até tentam, mas tem muito medo!

Uma outra vergonha é a conivência da imprensa com casos que deveriam estar freqüentemente no Ar, as Universidades estaduais e instituições de educação básica ganham no máximo um minuto de atenção da imprensa.

Atualmente a UNEAL – Universidade Estadual de Alagoas – Passa pelos maiores problemas da sua história. Os alunos estão a mais de dois meses sem aulas. É a terceira greve em apenas um ano. Mas a imprensa está mostrando a sociedade alagoana, o melhor, ao “povão” o que está realmente acontecendo? Será que ela está mostrando que existem dois movimentos paralelos em prol da UNEAL? Apresentam apenas que os professores estão lutando por reajuste salarial e que alunos apóiam. Pura mentira dessa imprensa mentirosa que é manipulada pelos “donos do nosso dinheiro”.

No sertão se dá destaque a Universidade Federal que em breve estará em Santana, mas a “velhinha” Uneal que já contribuiu para o desenvolvimento educacional, econômico, social e cultural? “Espere aí, falei educacional”? Então é disso que eles não gostam, de ver o “povão” informado.

Fazendo uma breve análise encontramos o X da questão: Por lei federal a partir de 2011 só poderá está em sala da aula professores que possuam no mínimo nível superior (graduação), esse graduado irá ensinar alunos desde a educação infantil, pré-escolar, até o Ensino médio. Daí acabando com a Uneal que atua diretamente na formação de professores irá também combater o desenvolvimento educacional da população, causando assim a permanência como o estado de maior índice de analfabetismo 29,5%.

Resultado, eles continuarão cativando seus currais eleitorais, irrigando com dinheiro que não é deles, e tendo em suas mãos o povo.

Pessoas analfabetas são mais fáceis de manipular não é senador Fernando Collor de Mello, que em pesquisas apresenta sua maior popularidade em pessoas idosas e analfabetas.

A imprensa cria, recria e apaga. Exemplo, o caso “mensalão”, foi uma explosão na mídia nacional, mas o julgamento está sendo noticiado com o mesmo furor?

A crise mundial está perdendo espaço na mídia nacional para o caso Eloá, logo terá outro meio de vender jornais, ou ganhar audiência e Eloá será esquecida, como a crise mundial está aos poucos saindo de cena, ou seja, a imprensa é sensacionalista, para que falar de educação, saúde, assistência social... ? Não dá ibope. E enquanto a sociedade se comove com os dramas sociais esquece o realmente interessa.

Veja agora o juramento de um jornalista, ele é cumprido?

"Juro cumprir minhas obrigações como jornalista dentro dos princípios universais de justiça e democracia, coerente com os ideais de comunhão e fraternidade entre os homens, para que o exercício da profissão redunde no aprimoramento das relações humanas que resultará na construção de um futuro mais digno, mais justo, para que os que virão depois de nós".

Ainda bem que existem cientistas que estudam a possibilidade de existência de vida em marte, quero ser o primeiro a ir morar lá.

O campus II da Uneal em Santana do Ipanema apresenta o curso de Pedagogia que está no cenário nacional como o 6º melhor e o curso de zootecnia como o 2º melhor do nordeste, já o curso de ciências biológicas não foi avaliado, mas pelo o empenho dos discentes, certamente também estará como um dos melhores cursos do Brasil basta apenas o Ilustre Governador dar a devida atenção e investir. E a imprensa local não dá à mínima, no máximo cedem alguns minutos quando os alunos vão lá, porque quando telefonam raramente conseguem entrar no ar, onde na verdade a imprensa local deveria investigar o que realmente está acontecendo e informar a população visto que esta instituição é de fundamental importância para região sertaneja. Eu me pergunto será que isto não acontece porque o dono da rádio é um deputado do grupo político do governador?

Só viveremos uma democracia de fato e de direito quando os meios de comunicação deixar de estar a serviço de grupos políticos e passar a denunciar os fatos como realmente é sem manipulação segundo o interesse de quem estar no poder. Será que viveremos o suficiente para vivenciarmos isto?

Edmilson Genuíno S. Júnior.
Aluno do Curso de Ciências Biológicas
Conselheiro Superior
Uneal/Campus II – Santana do Ipanema
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10 comentários:

Anônimo disse...

Louvo as palavras do meu amigo Júnior. É sem dúvida lamentável que a imprensa alagoana se configure subserviente aos “mandarilhos” políticos e ao coronelismo mercantil que impera em nosso estado. Como é possível falar em "Liberdade de Expressão" se a própria imprensa filtra aquilo que deve ou não ser veiculado? Se só é possível expor ao público "consciente" aquilo que lhes interessa, aliás, o que interessa aos seus soberanos. Infeliz daquele que nega ao povo o que lhe é de direito: o conhecimento, a verdade, o saber.
Aguardo com muita ânsia, o momento em que possamos ver o papel da imprensa ser notadamente aplicado. Esperar o dia em que cada um tenha a liberdade de expressar suas verdades e seus pensamentos, sem ter seus argumentos castrados por uma política calhorda e imperialista que veda nosso desejo de opinar.
Parabéns meu caro amigo Júnior. E que outros possam discorrer sobre o que bem entender, com uma legítima “Liberdade de Expressão”!

Márcio B. Santos
Ciências Biológicas-Campus II/UNEAL

Anônimo disse...

Concordo com as palavras do Márcio acerca do texto de Júnior. Há que mudarmos o cenário dominante, onde a imprensa nos força engolir conteúdos e expressões tidas como "culturais", alegando que é resultado da liberdade de imprensa, e que teríamos a liberdade de "selecionar" diante do que nos oferta. E ainda conclamam nossa anuência para legitimar essa posição reacionária de uma instituição que deveria levar ao público a verdade, desnudando os fatos, oferecendo-nos a liberdade de escolher a posição que desejarmos.
Quando passam a apenas apresentar "notinhas" acerca de um fato tão sério como o que está ocorrendo com as universidades estaduais, passamos a temer pela própria liberdade, pela democracia e pela dignidade da pessoa humana, que é lesada e conduzida ao engodo, ao logro.
Parabéns Edmilson Júnior, pelo texto e pela luta que vocês, estudantes do Campus II, estudantes da UNEAL, vêm desenvolvendo em prol dos interesses da sociedade, e do real interesse do Estado.

Conceição Dias disse...

Caro Júnior!
É incrível como um momento de crise pode trazer tantos ganhos para o nosso aprendizado. Lendo o seu texto e os dos demais discentes e observando o envolvimento de vocês diante da situação da UNEAL, não há como negar o desenvolvimento reflexivo e emancipatório que vocês estão vivenciando. É gratificante para um@ educador@ observar seus alunos atravessarem uma experiência de construções e desconstruções, continuidades e descontinuidades, conflitos e consensos, tanto no âmbito cognitivo quanto no político. Numa sociedade repressora e moralista, mascarada de democrática, faz-se necessário muita coragem para "despojar o véu" sobre questões tão bem guardadas e dissimuladas. Meus sinceros parabéns a você e aos demais discentes do Campus II que estão fazendo a diferença!

Anônimo disse...

amigo junior, tudo isto é verdade e o mais triste disso tudo é que não há perspectiva de mudanças visto que estas empresas são de propriedade privada e aí o dono coloca o que quer, só nos resta uma alternativa reclamar no procom pois eles vendem um produto e entregam outro.e a unica que é publica está a serviço do governo náo tem como ser diferente.

Anônimo disse...

amigo junior, tudo isto é verdade e o mais triste disso tudo é que não há perspectiva de mudanças visto que estas empresas são de propriedade privada e aí o dono coloca o que quer, só nos resta uma alternativa reclamar no procom pois eles vendem um produto e entregam outro.e a unica que é publica está a serviço do governo náo tem como ser diferente.

Anônimo disse...

amigo junior, tudo isto é verdade e o mais triste disso tudo é que não há perspectiva de mudanças visto que estas empresas são de propriedade privada e aí o dono coloca o que quer, só nos resta uma alternativa reclamar no procom pois eles vendem um produto e entregam outro.e a unica que é publica está a serviço do governo náo tem como ser diferente.

Anônimo disse...

amigo junior, tudo isto é verdade e o mais triste disso tudo é que não há perspectiva de mudanças visto que estas empresas são de propriedade privada e aí o dono coloca o que quer, só nos resta uma alternativa reclamar no procom pois eles vendem um produto e entregam outro.e a unica que é publica está a serviço do governo náo tem como ser diferente.

Anônimo disse...

amigo junior, tudo isto é verdade e o mais triste disso tudo é que não há perspectiva de mudanças visto que estas empresas são de propriedade privada e aí o dono coloca o que quer, só nos resta uma alternativa reclamar no procom pois eles vendem um produto e entregam outro.e a unica que é publica está a serviço do governo náo tem como ser diferente.

Anônimo disse...

Adorei esse texto, não sou aluno da UNEAL, mas quero e apoio o movimento de vocês!!! continuem lutando sempre, espero em breve está ai lutando com você.

Abraço

Unknown disse...

Caro Edmilson,
Se a proposta do texto era discutir o papel da imprensa na sociedade vc deu o ponta-pé inicial dentro do nosso espaço acadêmico. Considero necessária a discussão aprofundada sobre a atuação de todos atores da sociedade alagoana, e os profissionais da comunicação sem dúvida nenhuma estarão entre eles. Proponho, no entanto, que a discussão se inicie pela atuação dos docentes da UNEAL. E olha me alegra muito saber que existe curso na UNEAL onde os professores realmente se empenham na formação dos alunos. Infelizmente a realidade do curso de Administração Pública é outra, talvez por isso eu sinta a necessidade de discutir a atuação desses atores e vc não. Rogo a Deus que estes professores que atuam em Santana do Ipanema se afastem das amarras do corporativismo e como cidadãos denunciem os colegas que não têm compromisso com a UNEAL e que portanto não merecem mais 20 horas, não merecem aumento, não merecem sustentar o título de professor...